
Bioponia e a questão orgânica
A Bioponia foi criada segundo o princípio básico de agricultura orgânica e sustentável. Ao invés de serem usados fertilizantes químicos, são usados fertilizantes orgânicos e micro-organismos (EMS - Effective Micro Organisms)
Segundo William Texier, quem em 2004 criou e adoptou o conceito de cultivo bioponico, uma das grandes vantagens é que se cria muito pouca "massa vegetal" comparada com a colheita, por exemplo 1 kg de tomates crescidos num sistema bioponico produz um volume muito menor de folhas e ramos do que 1 kg de tomates crescidos num sistema hidroponico clássico. Isto diminui o consumo de nutrientes e aumenta o espaço disponível para as plantas.
A Questão Orgânica
Existem vários pontos de vista sobre este assunto, um deles é que as agências que certificam produtos orgânicos não reconhecem o cultivo hidroponico/bioponico e aquaponico como cultivo orgânico pois estes tipos de cultivo não usam solo, sendo este o critério principal para se obter uma certificação.
As plantas não absorvem matéria orgânica, mas sim os sais minerais inorgânicos. Assim, em teoria não deveria existir nenhum conflito entre o cultivo orgânico e hidropónico, uma vez que em ambos os mesmos mineirais são absorvidos pelas plantas para que estas produzam matéria orgânica através da fotossíntese.
A grande diferença é que no cultivo orgânico, o solo ("alimentado" de plantas mortas e matéria animal) fornece os mineirais à planta. O solo age como uma fábrica de fertilizantes que transforma as substâncias orgânicas em inorgânicas através das suas bactérias, fungos, e outros orgânismos.
Em hidroponia não existe solo, no entanto, as plantas são alimentadas usando os mesmos minerais que o solo produz. A planta não consegue diferenciar entre mineirais do solo ou fornecidos directamente pelo agricultor: são iguais. Assim, a planta não sabe se é alimentada por bactérias do solo ou pelo homem, sabe apenas se é bem alimentada.